Noites de verão

Está um calor inspirador cá fora. Há muita gente na rua: casais de mãos dadas a passear, jovens a rir e a falar animadamente, famílias felizes com crianças a pular de contentes. A luz dos bares e dos restaurantes ilumina a noite e dá-lhe o toque de magia ideal para acabar o dia da maneira mais especial. As esplanadas estão atulhadas de gente, os empregados correm maratonas para de...ntro e fora do café, carregados de bandejas de bebidas e snacks, de modo a prestarem um bom serviço, e, claro, a terem direito a uns extras generosos pela parte dos clientes satisfeitos, e as lojas de lembranças vendem como em nenhuma outra época do ano.
Aqui não há espaço nem tempo para tristezas. Férias são férias, por isso, as mágoas ficam em casa. Reina a boa disposição, a alegria e a animação.
Os artistas de rua animam miúdos e graúdos com as suas cantorias ou encarnações de estátuas, eximiamente "construídas". As pessoas até se tornam mais bondosas e dispõem-se a desembolçar algum dinheiro para ajudar estes talentosos mas, não raras vezes, pouco afortunados artistas.
E quando se aliam o calor exclusivo do verão, a alegria de toda a gente, a magia das ruas repletas de lojas e cafés, todos indo dar ao mar, e o encanto e misteriosidade que só a noite consegue apresentar, dá-se origem à Felicidade Suprema, aquela que nem o dinheiro consegue comprar. Uma felicidade que reúne todas as outras, visto resultar da fusão de cada uma: a felicidade de não termos nada com que nos preocupar, a felicidade de com os que mais amamos podermos estar, a felicidade de sentirmos um calor irresistível a aquecer-nos o coração, a felicidade de estarmos rodeados por um ambiente de pura animação, a felicidade isenta de tristezas e qualquer sentimento perigoso, a felicidade de um gelado a derreter-se na boca, doce e tão delicioso, e a felicidade de mil e uma outras coisas que levariam anos a enumerar. Todas juntas numa só, que é aquela que aspiramos acima de tudo alcançar.
Por isso é que o verão é tão especial, faz-nos estar bem e suprime o que nos faz mal.
Como ele não há nenhuma outra estação, assim como não há nenhuma que esteja tão perto da perfeição.
Apesar de parecer que, infelizmente, é a que passa mais rapidamente, cria memórias inesquecíveis e que perduram durante a vida inteira. E recordá-las é reviver a alegria mais genuína e mais verdadeira!


Escrito a 07/08


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