Olá, leitores!

Como prometido, estou de volta para vos contar mais novidades acerca da minha experiência no CHO (Centro Hospitalar do Oeste). Hoje foi o último dia :( Contudo, há muito para dizer!

Ontem estive na ala de Cirurgia. Conheci os vários espaços que a compõem: salas de operações, sala de recobro e os diversos percursos (do enfermeiro, do doente, dos sujos e dos limpos).
Depois, esclareci várias dúvidas com o enfermeiro-chefe e fiquei a conhecer pormenorizadamente em que consta o trabalho dos profissionais que pertencem a este departamento, quais as suas ferramentas de trabalho e com que tipo de doenças lidam mais frequentemente. Relativamente ao último tópico, estas são maioritariamente tumores, mas também realizam cesarianas, operações a hérnias (como a que observei), à vista, entre outras. Também fiquei a conhecer quais os tipos de anestesias que existem: a anestesia geral, que coloca o doente em estado de "hipnose", como é conhecido, no qual está adormecido e não consegue sentir nada do que lhe está a acontecer; a "raqui", na qual o anestésico é introduzido no líquido cefalorradiano, "adormecendo" toda a zona do umbigo para baixo, sendo mais frequentemente usada em operações localizadas precisamente na região abdominal e extremidades inferiores; e, por fim, a epidural, na qual é inserido um cateter entre as vértebras, e que faz com que o doente não sinta dor sem, porém, perder a sensibilidade. Como se sabe, é muita utilizada em cesarianas. Estas duas últimas anestesias não adormecem o doente, ao contrário da anestesia geral, ficando a decisão de permanecer acordado ou adormecido a cargo do mesmo, que, assim, pode solicitar o recurso a medicação para adormecer.
Tive ainda a oportunidade de assistir a uma operação a uma hérnia umbilical, como referido anteriormente. Este tipo de hérnias é comum, pois localiza-se numa zona mais suscetível, que corresponde à do umbigo. O corte do cordão umbilical pode ter cicatrizado melhor ou pior, formando, em qualquer dos casos, uma zona mais sensível. Assim, com o passar dos anos e com os esforços continuados exercidos sobre a parede abdominal dessa zona, esta vai perdendo elasticidade e força, tendendo a formar um buraco para onde o intestino pode escapar. Deste modo, este fica comprimido, podendo, em casos extremos, ocorrer uma necrose, que corresponde ao seu apodrecimento por falta de irrigação sanguínea. Assim, forma-se um inchaço na zona do umbigo que pode causar dor, sendo aconselhável ou mesmo necessária uma intervenção cirúrgica e a colocação de uma rede ou plástico para auxiliar a parede abdominal.

Demasiados nomes técnicos e complicados? Cenários pouco agradáveis? Não se preocupem, vamos agora viajar até à Pediatria!

Hoje, como já devem ter percebido, estive na Ala Pediátrica. Estive na zona das Urgências, onde algumas crianças se encontravam acamadas ou em consultas, por motivos mais ou menos graves, sendo que grande parte eram os frequentes nesta altura do ano - gastroenterites, gripes,...
Não tive a oportunidade de contactar com os casos mais graves, pois essas crianças estavam acamadas em salas nas quais naturalmente não entrei.
De seguida e por fim, dirigi-me a outro espaço ainda respeitante a esta especialidade médica. Um corredor todo pintado com cores muito alegres e desenhos muito criativos, com salas igualmente coloridas onde se encontravam camas para os meninos internados. Penso que todo o hospital deveria ser assim colorido, e não apenas a Pediatria (sem querer de modo algum fazer uma crítica negativa, pois aquele espaço tem todo o mérito e as crianças são, sem dúvida, merecedoras dele). Afinal, todos os doentes precisam de estar rodeados por um espaço alegre, que atenue a sua ansiedade e medo e que os faça esquecer que se encontram num hospital, efeito que não é conseguido pelas paredes brancas.
Hoje a manhã foi curta, mas nem por isso foi menos esclarecedora.

E esta foi a minha experiência hospitalar! Aprendi muito com ela e por isso muito tenho a agradecer aos profissionais de saúde que me acompanharam e à minha escola, pois sem ela esta experiência não teria sido possível! Quem sabe se não haverá mais?

                                                                              Enfermeiras de serviço

                                                           













Comentários

Enviar um comentário

Mensagens populares deste blogue