"Os Agentes do Destino" (2011) - um filme que dá que pensar

Ontem, cerca das 20 horas, liguei a televisão no canal Hollywood e deparei-me com um filme deveras intrigante.
Pessoas especiais e eternas - os Agentes do Destino - encarregavam-se de assegurar que os "planos" ditados pelo Chefe (O lá de cima) eram cumpridos, planos estes escritos num livro, o livro da vida de cada mortal.
Nem sempre fora assim. Houve uma altura em que o ser humano possuía o livre-arbítrio. Todavia, após tanto mal praticado, tantas guerras e tanto extermínio, o Chefe achou por bem retirar-lhes essa faculdade, sob pena de a humanidade e o próprio mundo desaparecerem.
Foi assim que surgiram os Planos, cujo cumprimento era assegurado por essas criaturas especiais com aspeto humano, os Agentes.
Porém, por melhor que fosse o seu trabalho, nem tudo estava dentro do seu controlo, afinal tinham de vigiar todo o mundo. Nessas raras exceções em que não conseguiam evitar determinado acontecimento cujas consequências implicavam um desvio do Plano, dava-se o fenómeno comummente conhecido como Acaso.
A história deste filme desenrola-se precisamente após um episódio destes.
Assim, por acaso, numa viagem de autocarro banalíssima, o protagonista - o senador David (Matt Damon) - encontra o amor da sua vida (mas que não lhe estava destinada), chamada Elise (Emily Blunt). Esta é uma bailarina muito talentosa cujo estrelato estava prestes a atingir.
Conversaram e, antes de seguirem com a sua vida, ela deu-lhe um papel com o seu número de telemóvel.
O impensável acontecera, pois os Planos daqueles dois haviam sido desrespeitados. Estava escrito no seu livro que ela ficaria com Adrian, e não com David. Por isso, os Agentes engendraram uma forma de impossibilitar o seu reencontro, através da encenação de um assalto no qual a carteira contendo o papel com o número de telemóvel de Elise era furtado.
David ficou desesperado, mas não se deu por vencido. Todos os dias, à mesma hora, frequentava o mesmo autocarro no qual a conhecera.
3 anos se passaram... mas o reencontro finalmente aconteceu. Deram então início à sua relação conjugal, com grandes demonstrações de amor. Fora verdadeiramente amor à primeira vista.
Contudo, como nada escapa àqueles executores da vontade divina, cedo tomaram conhecimento da sua reunião, ficando deveras intrigados com a enorme força de atração entre ambos, mesmo não estando prevista. Decidiram investigar, e então descobriram que, desde o seu nascimento, estavam destinados a ficarem juntos, mas a certa altura esse Plano foi alterado.
O Chefe tinha sempre razão, e algum motivo teve para o reescrever, por isso, apesar da espantosa descoberta, decidiram entregar o caso ao membro mais persuasivo da equipa, o "Martelo" (assim alcunhado por ter fama de destruir tudo aquilo que fugisse aos Planos).
Como não podia deixar de ser, David deixou Elise após lhe terem sido apresentadas as desastrosas consequências que a manutenção da relação teria tanto para um como para outro (a destruição da carreira de ambos numa altura em que estava prestes a dar um enorme salto, caso não ficassem juntos). Fê-lo essencialmente por amor à amada, a quem aconteceria algo de muito mau e impeditivo de se tornar na bailarina mundialmente conhecida que estava destinada a ser.
Não obstante, nem todos os Agentes concordavam com esta separação...
11 meses após David ter abandonado Elise sem lhe dar qualquer justificação, ambos se encontravam num período bastante favorável profissionalmente, tal como previra o "Martelo". Ele estava em primeiro lugar nas sondagens da corrida à Presidência. Ela andava nas bocas do mundo, assim como a sua vida pessoal. Nomeadamente, o seu casamento com Adrian, o ex-namorado destinado a casar-se com ela.
David lê a notícia a anunciá-lo e fica destroçado, mas não é o único. Também Harry (Anthony Mackie), o Agente que colocava certas questões à validade das suas práticas e dos seus colegas, lera o artigo, ficando apreensivo e pensativo: não, aquilo não estava certo, o amor daqueles dois era o melhor que lhes podia acontecer, e não o poder, nem a fama, nem uma carreira brilhante.
Assim, encontrou-se com David que, espantado pela sua visita e ainda mais pela conversa, acabou por conseguir, com a sua ajuda, vencer os Agentes do Destino, evitar o casamento quando estava prestes a acontecer e reescrever os seus Planos, mostrando que o Destino não é imutável: se lutarmos com muita força e com toda a nossa alma e coração por algo em que acreditamos verdadeiramente, então, quiçá, não consigamos surpreender Deus e fazê-lo repensar as suas decisões?
Um filme em que o Livre-arbítrio é a palavra de ordem e o Amor a arma para o alcançar.
Recomendo totalmente, pois realmente causa uma certa urticária cerebral que não se deve desperdiçar!

Avaliação: 10/10

Continuarei com as publicações acerca de filmes e de livros que vi ou li, respetivamente, nos próximos dias. Se tiverem alguma sugestão, gostava muito de a receber!

Bons filmes!







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